29 junho 2010

lembrou-lhe isto
























"como é q se chamam aqueles bichos australianos muito fofinhos, meio urso, meio macaco, que se abraçam a tudo?"

sr m.

25 junho 2010

24 junho 2010

18 junho 2010

17 junho 2010

a verdade no ditado popular


"a vaca da vizinha dá mais leite que a minha"

12 junho 2010

10 junho 2010

08 junho 2010

heaven is a place on earth



















Val-di-Funes, Dolomites

07 junho 2010

o bacamarte e a pachacha e o pereira de sousa


























A Aventura do Coiso

Falando sobre o Carnaval do Rio de Janeiro, Luís Pereira de Sousa referia-se à "genitália desnudada" dos participantes. A expressão, singela como o autor dela, parece parte de algum hediondo soneto do séc. XVIII - "Oh desnudada genitália de doce nereide / Só de pensar que um dia te hei-de". Et caetera.
O pobre Pereira de Sousa não tem culpa. O problema é comum a todos os Portugueses - como é que alguém se refere à genitália no dia-a-dia? Uma pessoa vai ao médico e queixa-se: "Sr. doutor, ultimamente tenho sentido uma certa comichão na genitália" e ele manda por a genitália de molho?
Tem de se falar nestas coisas. Assim como não há nome para chamar um empregado de mesa, tem de haver um nome não-ordinário para as nossas partes. E falando em partes gagas, os freudianos, como o Eduardo Prado Coelho, diziam "falo", mas é muito pretensioso. Dá para imensos trocadilhos entre o falo e o falar, em longos textos sobre o desejo e o indizível, mas não dá jeito nenhum. Um amigo não se vira para o outro e diz "Ai que entalei o falo no fecho-éclair!".
Como é que a gente há-de chamar ao raio do coiso? Há muita gente que, para suavizar, prefere os nomes infantis. Por exemplo, pipi e pilinha. O problema é a falta de seriedade.
Não falo sequer numa situação de cama, onde chamar pipi e pilinha aos órgãos sexuais pode provocar incuráveis impotências e frigidezes.
Imagine-se uma Messalina, de cabelo revolto, arrancando a túnica do corpo num impetuoso gesto de paixão e gritando: "Sou tua, toma-me! Penetra-me com a tua pilinha!" A própria pilinha transforma qualquer pilar numa pilinha.
Não se pode brincar com estas coisas. Para um homem, o sexo é o centro da sua virilidade e do seu vigormalte. Não faz jus à sua masculinidade ouvir chamar à sua potência primeva, à sua viga de argibetão, um pirilau. Um pirilau é um pirilampo à mistura com lacrau. Pica mas não dá luz. É giro, mas não é gerador.
Há quem goste de dar ao coiso o nome do proprietário, atribuindo-lhe assim uma ternurenta personalidade. Por exemplo, tratando-se de um João, "Joãozinho pequenino". Até aos 11-12 anos tem graça, mas depois amarfanha um bocado. Primeiro, é o pequenino. Qualquer rapaz que se preze, ao ouvir uma namorada exclamar "Olá Zézinho pequenino!" amua e puxa logo pelo fecho-éclair, dando logo por encerradas as festividades. Depois, é os nomes. Joãozinho e Zézinho ainda passam, mas Inácio? E Hélder? Não pode ser. Mal por mal os coisos têm mais cara de apelido. Imagine-se bem um Lopes, um Pacheco, um Fonseca. Sempre faz mais sentido. Ex: "Há uma cena no filme em que o Richard Gere aparece com o Pacheco à mostra."
Mas o pior é que os portugueses, sendo brutos e vaidosos, exageram na maneira como apresentam os seus apêndices, dando-lhes nomes violentos e terríficos.
Basta ler Bocage para ver o esforço que os homens fazem para engrandecer os pirilaus. Gostam de pensar nas suas minhocas como autênticos monstros, denominados marsapos e mangalhos. Nos seus psiques profundamente iludidos imaginam que albergam gigantes adamastores, entre as algibeiras, aterrorizadores de multidões. Vejam-se os sinónimos que aparecem nos dicionários: é uma maré de trangolhos e lampreões. Chega-se mesmo ao ponto de dizer pantaleão.
São nomes vergonhosos, ordinários e machistas. Não lembra a mais ninguém chamar ao pénis nome de armas. Já não digo o pau, que ainda passa. O pau não tem de ser necessariamente uma coisa que serve para bater noutra pessoa. Há o pau-de-canela, por exemplo. E de qualquer modo, como diz o povo, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas. Falo é de nomes de uma agressividade ridícula e repelente, como cacete, bacamarte, cassetete, catano e porra. Nem sequer se dão ao trabalho de actualizá-los: ao menos Kalashnikov em vez de bacamarte.
Com verga já é diferente. Para além da simpatia da expressão "força na verga", a ideia de verga tem ao menos a modéstia de reconhecer que pode, por assim dizer, vergar. Não é inflexível e infalível como o cacete. Não é tão arrogante, tão armado em ser mais quebrar que torcer. Mas é muito ordinário à mesma. Não se pode esperar as melhores atenções de um médico quando, descendo as calças no consultório, se diz: "Sr.Doutor, há qualquer coisa aqui na verga que não está bem."
Entre o infantilismo da pilinha e a bestialidade do mangalho tem de haver um meio termo. Há quem opte pela comédia musical, género "gaita", "flauta", "trombone de dois papos", et caetera, segundo a lógica poética do "If music be the food of love, than play on." Mas porquê? Os amoericanos, por exemplo, preferem a inspiração zoológica, como cobra das calças ou truta de bolso. Sempre tem alguma graça. Nós não. Há alguma coisa de errado numa sociedade que tende a dar ao pénis nomes relacionados quer à pancadaria, quer à música. Se calhar é esta mistura de paus, charanga, saias e pêlos nas pernas que explica o eterno apelo, entre nós, dos pauliteiros de Miranda.
Por alguma estranha razão matemática, as palavras mais usadas para o coiso começam por "pi". Porque será? Será que o valor do "pi" ao quadrado equivale a alguma coisa? Não sei. Em termos centrimétricos 3,14 parece muito pouco. De qualquer forma temos aqui os grandes clássicos- a ubíqua pila (vergonha para quem perceba pila e não perceba ubíqua), a injectável pica, a hilariante piroca e as ortograficamente correctas pissa, pixa e pixota.
Nenhuma destas palavras serve. O que é que diz a classe médica? O que dizem as mulheres? Deveria abrir-se um concurso nacional. Na cama, não há problemas, porque aí cada um chama ao coiso o que lhe apetecer. Mas falta um termo civilizado, que se possa utilizar em conversação normal. Talvez nome de peixes - sardinha ou carapau. A palavra marmota é uma possibilidade. Ou nomes de cães. Por exemplo, perdigueiro. E quem sabe se Joli ou Nice ou até Mondego. Pensem nisso.
E o orgão sexual feminino? Se fôssemos todos do chá-das-cinco não havia problema e diríamos todos pudenda. É de longe a palavra mais engraçada. Situa-se entre o querer e o poder, que é como quem diz que, em podendo, pois então. Mas é escusado estar para aqui a perder o meu latim.
Os nomes que se dão à coisa das mulheres traduzem uma certa misogenia. Ingleses e americanos, adoradores de gatos, chamam-lhe ternamente pussy, o que se traduziria por bichaninha. Os portugueses chamam-lhe rata. É a palavra mais feia da língua. Faz lembrar canos de esgoto e febre tifóide. Os portugueses regularão bem da cabeça? É verdade que muitos americanos lhe chamam beaver (castor), mas sempre existe alguma semelhança. Agora rata?
Porque é que os portugueses são brutos como as casas? Ao longo dos séculos de que dispuseram para examinar o sexo das mulheres e registar as semelhança, as conclusões a que chegaram foram, além da rata, pássara e passarinha, pardal e pombinha. Pego no álbum Aves de Portugal e num manual de ginecologia e, olhando de pardal em pardal, não acho uma única semelhança. Não compreendo.
Devo confessar que - seguindo o exemplo das crianças, que costumam ter mais bom gosto que os adultos - não antipatizo com pachacha, até pela ladainha "Ó senhor doutor, que hei-de eu fazer? / Queimei a pachacha com água a ferver!" Os restantes nomes são bastante insultuosos. O sexo feminino, que tem uma complexidade maravilhosamente tecnológica, ao pé do qual o sexo masculino é pré-histórico, é reduzido à expressão mais simples. São nojentas todas as versões de greta, trica, boceta e não sei que mais.
Ó sr. doutor, que se há-de fazer? Aqui em O Independente, o meu copy-desk sugere-me fofinha, que não parece mal, apesar de dar a entender que poderá existir uma versão oposta, tipo esfregãozinho Bravo.
Enfim. Aceitam-se sugestões (...)

Miguel Esteves Cardoso, in As Minhas Aventuras na República Portuguesa - Assírio e Alvim, 3ª edição 1991

citação ponto de situação

"ó sr. tiago, já viu aquilo?! quer dizer, duas mulheres ainda vá que não vá, agora quando é dois homens até fico com vómitos"
sr. R.

hoje casou-se o primeiro casal homossexual em portugal.
eram duas senhoras.

05 junho 2010

03 junho 2010

o macho mais cool de sempre #3



com os alienígenas.

o macho mais cool de sempre #2



com os espadachins.

o macho mais cool de sempre #1



com as senhoras.

o nazareno instrutor e fornecedor










"Jesus recomendou o amor

Jesus Cristo foi um grande instrutor que viveu na Palestina há quase 2000 anos. Sabe-se muito pouco sobre a sua infância. Ao completar 30 anos, Jesus iniciou seu ministério a fim de "dar testemunho da verdade" (...)
Durante o seu ministério, Jesus forneceu aos seus seguidores a chave para lidar com os diversos problemas da vida. Que chave foi essa? O amor."

in "Quem é Jesus Cristo?", panfleto da Watchtower caído numa rua de Portugal

as someone exclamed



"not ahead of his time, ahead of his species"

01 junho 2010

heaven is a place on earth


























Cañon Del Rio Lobos